A existência de atividades relacionadas ao cultivo de plantas no âmbito domiciliar é inerente à própria história, geralmente adequada aos cenários de cada contexto onde pode-se constatar, através de estudos, uma variedade de vegetais comestíveis, medicinais e ornamentais.
Na maioria dos casos, a referida dinâmica tem acontecido nos espaços internos e/ou interligados à própria moradia denominados como quintais, jardins, hortas, canteiros e/ou similares (tanto no campo quanto na cidade) sob os moldes da agricultura familiar, horticultura, jardinagem, entre outros. Ressalte-se a contribuição da agroecologia e seus desdobramentos neste processo.
Vale destacar que, ao longo dos anos, os quintais têm se apresentado como espaços de produção alimentar e, por vezes, de geração ou complementação de renda para muitas famílias, inclusive, no Brasil, daí a nomenclatura de quintais produtivos, além de contribuir com o equilíbrio ambiental nas áreas ou espaços onde o cultivo é mantido.
De acordo com Aires (2022), os quintais:
1. Fazem parte do conjunto de atividades produtivas da unidade produtiva familiar;
2. São gerados e geridos pelas mulheres, na grande maioria dos casos;
3. São ocupados com ampla variedade de espécies animais e vegetais;
4. Compõem, de modo significativo, a renda familiar;
5. Geralmente possuem produção de base agroecológica, sem uso de agrotóxicos;
6. São locais de experimentações de cultivo ou criação de novas espécies;
7. São compatíveis com as práticas culturais locais;
8. Têm baixo custo de implantação e manutenção e são facilmente replicáveis;
9. São recantos de lazer, descanso, recolhimento espiritual, encontros, festas e afetos e, como tal, tornam-se locais de ensinamentos e aprendizados;
10. Têm produção de base agroecológica, proporcionando sustentabilidade e longevidade, por serem assim, tornam-se resistentes às mudanças climáticas;
11. Possuem alta variedade de produtos;
12. Geram produtos e renda o ano inteiro;
13. Asseguram segurança alimentar e nutricional, além de saúde, às famílias;
14. Permitem conforto térmico;
15. Promovem captura de radiação solar, mecanismos de controle biológico, ciclos fechados de nutrientes;
16. Movimentam mercados locais através de diversos circuitos curtos de comercialização;
17. Contribuem para a autonomia financeira das mulheres.
Na atualidade, inúmeras pessoas têm aderido às práticas relacionadas à dinâmica do quintal produtivo, até mesmo, em pequenos espaços no perímetro urbano. Nesse âmbito, pode-se identificar diferentes motivos os quais têm justificado a referida prática, entre eles: a produção de alimentos saudáveis, a economia doméstica e o prazer voltado para a saúde e o meio ambiente, conforme tem mostrado diversos estudos, pesquisas e reportagens, além das redes sociais.
Conforme Bontempo (1994), os alimentos que ingerimos passam a fazer parte do nosso organismo através do metabolismo, logo, têm ação direta nos tecidos, ossos, sangue e até mesmo no humor, pois, os alimentos que consumimos diariamente determinam a qualidade da nossa saúde e da vida como um todo.
Vale lembrar que a teoria defendida pelo Autor acima citado é aplicada também ao uso ou ingestão de chás, águas saborizadas e outras bebidas à base de plantas medicinais. Ou seja, é prudente conhecer a planta e o método a ser utilizado com responsabilidade em todos os preparos, bem como, é importante evitar o uso de agrotóxicos, adubos químicos e/ou outros tipos de venenos no cultivo, especialmente, em casa. O indicado é nutrir a terra, fortalecer o ambiente no aspecto saudável e dedicação no cotidiano.
REFERÊNCIAS:
AIRES, Júlia do Rêgo. Quintais produtivos. WEB, 2022.
BONTEMPO, Márcio. Medicina natural. São Paulo: Nova Cultural, 1994.
TEXTO E SLIDES:
MACÊDO, Antônio César Dias de. Quintal produtivo: noções gerais. Saúde Coletiva e Meio Ambiente. Textos. < antoniocesardm.com > 11 JUN 2024.
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